Depois da chuva intensa de sábado, o tempo deu trégua neste último domingo de setembro, dia nacional da Bíblia para os católicos, e grande número de fiéis participou da septuagésima oitava Romaria da Salette. Segundo os organizadores, 230 ônibus e 5 mil carros de peregrinos estavam nos dois estacionamentos e outros espaços perto do Santuário. Justamente no dia de São Miguel e seus dois companheiros arcanjos Rafael e Gabriel, que, na tradição popular, é dia de enchente. Depois da missa das 08h na igreja São João Batista no centro da cidade balneária, os devotos caminharam em procissão até o altar monumento, na montanha do Santuário, onde Dom Valter Hebejer, 84 anos, bispo emérito de União da Vitória, PR, presidiu a missa, com homilia do Pe. Dirceu Balestrin, Vigário geral da Diocese de Erexim, representando Dom José Gislon. Estavam no altar também seis padres saletinos. Uma das leituras foi proclamada por uma religiosa saletina de Madagascar, há 4 anos no Brasil e que integra uma comunidade de 3 irmãs em União da Vitória. A Bíblia na barca da Igreja: No dia da Bíblia, o livro da Palavra de Deus foi conduzido ao altar da missa da Romaria da Salette na representação de uma barca, símbolo da Igreja e um dos elementos da logomarca do Ano da Fé. No mar da vida, a Igreja navega anunciando a todos a riqueza da Palavra divina, luz para o caminho de todos. O mastro desta barca é a cruz de Cristo. Junto a Maria, caminhar com seu Filho Jesus: Pe. Dirceu Balestrin, na homilia da Romaria da Salette, recordou aos fiéis que participar de uma peregrinação é viver intensamente a vocação de peregrino de todo ser humano que caminha para Deus, consciente de que sua passagem pela terra é transitória. Vive esta experiência com muitos irmãos e irmãs, membros da mesma Igreja, em momento especial de graça e bênção de Deus para se fortalecer na fé. Lembrou a peregrinação da Sagrada Família ao Templo e que toda romaria é apelo à mudança interior, realizando a penitência e a oração pedidas por Nossa Senhora na aparição aos adolescentes Maximino e Melânia, em Salette, na França, em 1848. Referiu-se ao tema da romaria deste ano, Salette, um convite a viver a fé, ressaltando que Maria é modelo de fidelidade a Deus. Mencionou também a Bíblia, observando que não é só livro de estudo, mas de oração e amadurecimento na fé. É a Palavra de Deus em linguagem humana, na qual entrevemos o rosto de Deus. Ela fortalece na fé, reanima a esperança e renova as relações humanas. Pe. Balestrin finalizou sua reflexão desejando que Na. Sra. da Salette conceda a todos os romeiros o que mais precisam e a paz para as famílias e para o mundo. Testemunhos significativos de romeiros da Salette: Pe. Presentino Rovani, animando a procissão da romaria da Salette, registrou alguns testemunhos de devotos. Um deles, de Tapejara do Oeste, que, em 1963, percorreu 300 km a pé até o Santuário para agradecer uma graça alcançada. Outro, de uma senhora de Foz do Iguaçu que estava participando da romaria caracterizada de Na. Sra. da Salette em agradecimento pela cura de um câncer. Um terceiro, de um senhor que carregava um cartaz dizendo que há 47 faz a romaria a pé e não se cansa. Romeiros da Salette rezam pela paz, saúde e vocações: Nas preces da missa da romaria da Salette, os romeiros foram convidados a rezar pedindo a Deus que os ajude a construir um mundo de paz, justiça e fraternidade; que a Igreja seja fiel na missão de ser sinal e sacramento de reconciliação; a saúde aos doentes; vocações para os diversos serviços e ministérios da Igreja e bênção para os colaboradores, voluntários e trabalhadores da Romaria e para os assinantes da revista Salette.
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